A última sexta-feira foi o último dia do apresentador Datena na Rede Record. Com um compromisso de cinco anos, permaneceu apenas 43 dias na emissora.
Meu time do coração (Internacional) contratou um técnico que foi ídolo como jogador. Era a solução. O próprio técnico esperava ficar muito tempo no comando. Não chegou aos três dígitos: ficou apenas 99 dias.
Até as relações matrimoniais parecem contaminadas. Uma deputada da Alemanha propôs uma lei segundo a qual os casamentos valeriam por apenas sete anos. Quer continuar casado? Renove. Caso contrário, parta para outra.
Eu mesmo pretendia ficar muitos anos num local e fiquei apenas dois anos.
Mudanças rápidas. Parecem interessantes, mas no fundo geram insegurança.
Claro que há algumas coisas que gostaríamos que mudassem mais rapidamente, como as ações governamentais e parlamentares. É em vão. A burocracia impede.
Mas, em geral, mudanças bruscas e rápidas apenas alimentam incertezas. Decisões são tomadas de forma inconsequente e geram resultados desagradáveis. Perdemos a confiança em pessoas porque elas mudam de opinião como trocam de roupa. Nós também acabamos por nos tornar vulneráveis, porque variamos bastante, até mesmo de humor, e num único dia.
Não estou julgando nem duvidando dos motivos de cada um. É apenas uma constatação.
É nesse aspecto que encontramos segurança em Deus. Ele “não muda como sombras inconstantes” (Tiago 1.17). Permanece “o mesmo, ontem, hoje e eternamente” (Hebreus 13.8).
O que isto tem a ver conosco?
Significa que Deus não deixará de ser justo. Ele não fecha os olhos para nossos erros. Seus juízos permanecem de pé. Não oscilam. Ele “não deixa de punir o culpado” (Êxodo 34.7).
Por outro lado, o amor de Deus também permanece. E há um salmo inteiro da Bíblia (138) que em cada versículo lembra essa verdade.
Deus não muda. Isso mostra que o que Jesus fez continua valendo. Não será enviado “outro” Salvador. Não haverá outro sangue derramado que possa nos trazer perdão, paz e salvação. Também não há outro caminho para o céu, senão o próprio Jesus (João 14.6). E esse caminho passa pela fé em Jesus como Salvador, e não por aquilo que nós podemos fazer, pagar ou merecer: “vocês são salvos pela graça, por meio da fé” (Efésios 2.8).
Isso acontece com o culto. As igrejas históricas e confessionais da Reforma não mudaram a ordem de seu culto, a seu bel prazer. Nem para “acompanhar as tendências do mercado”. Manteve-se a liturgia pela segurança de se estar confessando a fé da igreja apostólica. Ou seja, se no nosso dia-a-dia tudo muda rápido, quando sentamos no banco da igreja nos deparamos com uma segurança que a Palavra e a própria liturgia do culto expressam.
Mudanças rápidas podem gerar insegurança.
Deus não é assim. “Suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã” (Lamentações 3.23).
(Pastro Julio Jandt)
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