Conforme matéria do Jornal NH, falta de pagamento de contas é a maior dos últimos anos. Um economista aponta o principal motivo: “Com o cartão, o crédito é fácil e o pessoal dá a volta na falta de dinheiro e arruma mais dívidas”. Ele dá um conselho elementar: frear a vontade de comprar e organizar-se nas contas. Mas daí começa uma guerra consigo mesmo e com a astuta propaganda. E nesta batalha, os consumidores estão contra a parede, pressionados pela cultura da gastança. E nem resolve fugir do mundo. É só ligar a televisão ou a internet, e lá estão as ofertas em prestações daquilo
que não se precisa. Ou então telefonam em horário impróprio oferecendo mil vantagens com um novo cartão. Um combate diário. E quem paga a conta são os menos favorecidos com juros que engordam a ganância das agências financeiras.
A solução nesta “ímpia e injusta guerra” seria ouvir a recomendação: “Se temos comida e roupas, fiquemos contentes com isso” (1 Timóteo 6.6). Mas, outra batalha, quando parte do cristianismo prega a prosperidade e aumenta a volúpia consumista. Viver contente com o que se tem não significa optar pela pobreza e abster-se do sucesso material. O contentamento indicado nas Escrituras é, na verdade, o equilíbrio espiritual e racional numa jornada terrena rumo “às riquezas no céu, onde traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e roubá-las” (Mateus 6.20).
Diante disto, quando oramos no Pai Nosso “e não nos deixe cair em tentação”, a mais alucinante é a facilidade de crédito e o fascínio pelas novidades que a propaganda nos oferece. Viver atrelado em dívidas tira a tranquilidade dos bons pagadores, aumenta a desonestidade e cria intrigas pessoais, familiares e jurídicas. Aliás, parte desta desmedida corrupção pública é fruto disto. Já disse a Bíblia: “Vocês querem muitas coisas; mas, como não podem tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las” (Tiago 4.2). Que Deus nos ajude nas contas.
(Marcos Schmidt - pastor da IELB em Novo Hamburgo-RS)
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