*Márlon Hüther Antunes
Nesta semana enquanto o Fantástico abordou o tema do casamento, na perspectiva do divórcio partindo de um projeto polêmico mexicano, onde a taxa de separações é de 50%. A Revista Época sob o título *o seu, o meu e o nosso, *tratou da importância de casais planejarem juntos a curto, médio e longo prazo, uma ótima maneira de reduzirem as tensões e tornarem o futuro mais seguro, também pelas finanças.
O projeto de alguns deputados mexicanos, propõe que o casamento tenha prazo determinado, mínimo de dois anos. Depois disso, o casal renova se quiser, caso contrário a separação é automática. Seria esta uma espécie de estágio probatório? Ora, esta função cabe ao namoro e noivado, que é o tempo e maturidade da relação. Atualmente há uma inversão de valores: os relacionamentos começam como casamento e terminam como namoro, e em tantos casos como amigos. Nesta insegurança, os planos do casal, ficam apenas no meu e o seu. Numa pesquisa da Universidade de Utah concluiu-se que, depois de três anos de união, a possibilidade de divórcio é 70% maior entre os casais sem nenhum investimento. Sem nenhum plano e sonho em longo prazo, sem “o nosso” casais perdem o foco.
Seria este o motivo de tantas separações, cada vez mais presentes em nossos círculos sociais e familiares? Falta de planejamento, inversão de valores, etapas ignoradas, busca no matrimônio apenas para satisfação própria, ou mesmo pressão? Antes de tudo sem a base sólida que é o amor (não o próprio, ele tende a ser egoísta), mas o recíproco, qualquer relação será um fardo.
Casamento sempre é um projeto! Antes de ser exclusivo entre duas pessoas, é plano do Autor da vida, dele nasce uma família, unida ou fragmentada; ele é o berço no qual a sociedade nasce e é nutrida; Pelo casamento Deus preserva as pessoas, permite a continuidade da raça, combate a solidão e incentiva o companheirismo e a vivência de seu amor revelado. A benção de Deus não tem prazo de validade! Ela inicia aqui e se estende até a eternidade. A exceção para tantas separações está na *“dureza do coração”, *conforme Jesus em Mateus 19.8.
Pela dureza de nosso coração, responsável por todo tipo de infidelidade (Provérbio 2.17), os votos do casamento são quebrados e perdem a validade num dia – dois anos é demais - e aqui está o segredo diário: reconquistá-lo, e para isso é necessário muito amor, conversa, humildade e perdão. Eu, meu cônjuge e Deus no mesmo projeto, podemos reviver a instituição que para muitos já morreu; Afinal *“uma corda de três cordões é difícil de arrebentar” *(Eclesiastes 4.12b). Como no Casamento de Caná (João 2), que Jesus tenha lugar no seu casamento, não apenas na festa, mas na benção e presença diária, na certeza de que Ele pode fazer milagres e eternizar seu amor.
*É Teólogo e pastor da Igreja Luterana em Maceió.
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