Li a história de um relacionamento que terminou por causa de uma traição.
O cara foi a uma festa, encheu a cara e... o resto você já deve imaginar. Não teve nem “discussão de relação”: foi pé na porta direto!
Tudo terminou ali.
O que mais me chamou a atenção, quando li a matéria, foi o depoimento daquela mulher. Ela estava disposta a reconsiderar, mesmo sabendo de tudo. Porém, tudo foi por água abaixo quando o homem, ao invés de assumir o erro, culpou a bebida e disse que não respondeu mais por si mesmo. Aquela mulher disse, com total sinceridade: “Só queria que ele dissesse a verdade, mas não. Não foi homem o suficiente para dizer: ‘errei, me perdoa’. E, juro, se ele tivesse feito isso, estávamos juntos neste momento tentando superar isso”.
Não saiu da minha cabeça a frase: “Não foi homem o suficiente para dizer: ‘errei, me perdoa’”.
Não quero generalizar, nem defender o pecado. A questão é justamente essa: pecado não tem justificativa. É pecado. Ponto.
Por que, então, ainda incorremos na tentativa de nos justificar, de explicar, ou, pior, de achar um culpado? Não é à toa que se diz que “errar é humano, mas achar em quem colocar a culpa é mais humano ainda”.
Por natureza, essa é uma tentação bem nossa. Talvez a gente até tivesse tentado fazer o melhor, mas não conseguiu. É aí que entra a humildade de reconhecer que não somos tudo isso que pensávamos. Ou que pensavam de nós. Somos falhos. Mesmo.
É o que Deus nos orienta também em sua Palavra: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1 João 1.8). Negar a imperfeição que faz parte do nosso caráter é um engano, ou melhor, um autoengano.
A solução, por isso, reside nessa confissão de imperfeição. É o melhor caminho: “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1.9).
Até porque Deus já sabe de tudo. Ele só espera que sejamos “homens o suficiente” para reconhecer. E, junto conosco, Ele nos ajudará a superar e seguir em frente.
Confessar, admitir e tentar novamente é um exercício perene de fé. Fé esta que deve estar baseada naquele que, de antemão, já derramou seu sangue para garantir a chance de recomeçar. Não custa para nós – custou para Ele! E como o preço já foi pago, há apenas duas saídas: declarar-se autossuficiente e negar o que Jesus oferece, ou aceitar o perdão e alegrar-se com ele.
É o que nos lembra a música do grupo Arautos do Rei: “Graça – simples assim! Perdão se recebe, se aceita e fim. Pecado não se explica. Pecado se paga. E Cristo pagou por mim”.
A fé em Jesus tem esta característica: ela não nos torna divinos, mas nos torna “homens o suficiente” para reconhecermos nossa indignidade e agarrarmo-nos ao único que é verdadeiramente Digno.
Por isso, se, por um acaso, o texto de hoje não agradou, “errei, me perdoa”.
Pastor Julio Jandt
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