terça-feira, abril 12, 2011

Fanatismo

Fanatismo2 A tragédia sangrenta que assombrou Realengo, Brasil e mundo levanta novamente a discussão sobre o fanatismo religioso. Ao ser divulgada a carta escrita pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, a irmã do jovem, Roselane, disse a uma emissora de televisão que o irmão tinha afinidade com o islamismo.

O próprio porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Ibis Pereira, afirmou que o jovem “era um fanático religioso, um quadro de demência religiosa”. Se for mesmo fanatismo religioso, só pode ser de uma religião que o próprio atirador criou. Preceitos islãs lado a lado com uma oração de pedido de perdão a Jesus? É totalmente desconexo.

Ex-colegas do atirador também falam em bullying sofrido por Wellington quando estudava naquela escola. Um deles chegou a dizer sobre o rapaz, brincando: “Cara, a gente tem medo de você porque um dia você ainda vai matar muita gente”. Parece brincadeira, mas soou como profecia. Que se cumpriu, com contornos fanáticos.

Como também se cumpriu e continua se cumprindo a profecia de Jesus de que, nos últimos tempos, traição, ódio, esfriamento do amor e muitas mortes (até mesmo entre familiares) seriam marcas das pisadas humanas (Mateus 24.10,12; Marcos 13.12).

Em todo o caso, o fanatismo está aí, qual um leão solto. Os motivos são os mais diversos. É a “fidelidade” à sua gangue. É a “paixão” pelo seu time. É o “amor zeloso” que transforma alguém em sua possessão particular. E então odiamos. Desprezamos. Não toleramos. Não perdoamos.

Exemplos temos dos mais diversos. Até mesmo na Bíblia. Paulo, o grande apóstolo, reconheceu que, em seus dias de fanatismo judaico, perseguiu e matou muitos cristãos (Filipenses 3.6). Antes de conhecer a Jesus, essas coisas faziam sentido. Mas agora, com Jesus, Paulo diz, “joguei fora” esse fanatismo.

Na fatídica noite de sua prisão, Jesus nos deixou uma grande aula sobre o perigo do fanatismo. Quando um de seus discípulos, Pedro, pegou a espada e cortou a orelha de um dos empregados do Grande Sacerdote, Jesus imediatamente lhe disse: “Guarde a sua espada, pois quem usa uma espada será morto por uma espada” (Mateus 26.52). E então curou o homem.

Esse mesmo que curou aquele empregado e protestou contra o fanatismo de Pedro, do alto da cruz declarou seu amor incondicional: “Pai, perdoa esta gente! Eles não sabem o que estão fazendo” (Lucas 23.34). O fanatismo não vencerá o amor. Nem triunfará sobre o perdão. O fanatismo é a essência contrária da vida que Cristo concedeu e ensinou: “Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês” (Mateus 5.44).

Na verdade, tudo isso é uma maneira que encontramos para tentar entender o que leva uma pessoa a cometer uma barbárie dessas. É possível que nunca cheguemos a uma conclusão.

Uma coisa, porém, é certa: não existe fanatismo quando se vive verdadeiramente com Jesus. Porque fanatismo não combina com amor, nem com perdão.

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