"Eu achei que aquilo poderia servir de lição, mas as pessoas se embruteceram ainda mais", disse um médico brasileiro que perdeu o filho nas torres gêmeas. Setenta nações estrangeiras tiveram filhos mortos neste onze de setembro. Uma tragédia globalizada que deveria fazer a humanidade refletir e mudar de direção. Mas, nestes dez anos, trilhões em dinheiro foram gastos em guerras e o ódio se multiplicou. Enquanto isto, um bilhão de pessoas passa fome num planeta moribundo pela ganância que aniquila o meio ambiente e que joga no lixo toneladas de alimento. Na Somália a falta de comida pode matar 750 mil pessoas nos próximos dias. Mas, outro edifício se ergue no World Trade Center enquanto 600 mil soldados americanos voltam do Iraque e do Afeganistão com sequelas físicas e mentais, necessitando de socorro público para o resto da vida. Osama bin Laden está morto e do outro lado Anders Behring Breivik ressuscita na Noruega, engordando o ódio entre o Ocidente e o Oriente. O próximo atentado é uma questão de tempo...
Três dias após o ataque, o pastor Billy Graham pregou na Catedral Nacional de Washington: "Temos que nos arrepender e nos voltar para Deus”. O mundo inteiro precisa voltar-se para Deus. Torres de Babel são erguidas insistentemente no mesmo desejo antigo de celebridade, e por isto a confusão. Torres na família, na política, na religião, na economia. Torres de ambição, de injustiça, de intolerância, de egoísmo. Torres que suscitam inveja, ódio, inimizade, terrorismo, destruição.
O médico brasileiro tem razão em sentir-se frustrado com morte de seu filho. Foi em vão. Ele exibe no consultório uma réplica das torres gêmeas para nunca esquecer-se dele. Nós cristãos temos a cruz do Filho de Deus e nosso sentimento é outro. Dizem as Escrituras que Cristo destruiu a inimizade que havia entre os povos, e os que nele crêem são como um edifício bem firme que nunca será derrubado (Efésios 2.21). É o que vale neste vale da sombra da morte.
(Pastor Marcos Schmidt - Igreja Evangélica Luterana do Brasil)
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