*Márlon Hüther Antunes
O debate que tomou conta nos últimos dias, em torno do endividamento público dos Estados Unidos, e de um possível calote junto aos credores aponta para a realidade, de que até mesmo os mais abastados podem perder o sono e viver a tensão em como manterão as aparências e se portarão diante da instabilidade. Uma realidade quando vivida sem regras, numa total libertinagem regida por egos, traz conseqüências que afetam e prejudicam gerações. Entre credor (com direitos) e endividado (sem condições) há sempre um grande abismo e geralmente um saldo catastrófico que compromete além das partes envolvidas. Onde buscar solução quando por incapacidade, os riscos são coletivos? É necessário humildade e planejamento, rever conceitos e encontrar os “furos”, os quais resultam numa mudança de hábitos.
A dívida americana reflete a condição humana e o tamanho do rombo que há no coração de cada um (Romanos 3.23). Por vezes assume-se a culpa, por outra ela é jogada como responsabilidade de outrem. Assim é o pecado! Para alguns é melhor ser conivente e negar, para outros de modo mais consciente buscar uma solução, ter um alvo. Mas ao que tudo indica, não há cifras suficientes.
Se dívidas pagáveis já provocam reações negativas, instabilidade e roubam a paz. O que poderia ser dito daquela onde a morte e certa? (Romanos 5.12) Não dá para deitar e dormir tranquilo (Salmos 4.8). Diante desta bola de neve que sempre vira uma avalanche, escraviza e de maneira desenfreada produz todo tipo de estragos, “Feliz aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga!” (Salmo 32.1).
Só há um caminho, como solução proposta: a graça de Deus, que é um dom e presente imerecido, com um único intuito, a saber, quitar a maior dívida! (Efésios 2.8,9). “Por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo” (Colossenses 1.20), “Assim também Cristo foi oferecido uma só vez em sacrifício, para tirar os pecados de muitas pessoas. Ele trouxe a paz” (Hebreus 9.28). As últimas palavras de Cristo na cruz foram “Está consumado” (João 19.30); eram ditas pelos credores, quando um devedor liquidava suas dívidas. Aliviado, este podia viver livre e tranquilo.
Embora não seja possível viver alienado, sem o risco da instabilidade financeira em casa, nos país, ou mesmo sofrer as conseqüências que atravessam o oceano, nunca é tarde para rever conceitos. Você pode com certeza deitar e dormir em paz, afinal “já não existe nenhuma condenação para as pessoas que estão unidas com Cristo Jesus” (Romanos 8.1). Dívida perdoada, pior dos desesperos evitado!
* É Teólogo e Pastor da Igreja Luterana de Maceió
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