Poucas vezes me emocionei tanto como com “À procura da felicidade” (2006), protagonizado por Will Smith e que conta a história real de Chris Gardner.
Numa das cenas mais impressionantes, Chris é despejado da pensão por não conseguir pagar o aluguel e tem de arranjar um lugar para ficar com seu filhinho Christopher, de 5 anos. Com todos os abrigos da cidade lotados, eles vão para uma estação de metrô. Chris pega uma das máquinas de escaneamento ósseo que vende e faz seu filho “viajar” no tempo, imaginando que aquela é uma máquina do tempo. Para se esconder dos dinossauros, Chris fala que o banheiro público da estação é uma caverna e então se abrigam lá. Alguém tenta entrar no banheiro, mas Chris segura a porta com os pés enquanto Christopher dorme tranquilamente nos braços de seu pai.
É só um filme. Mas esta cena me remete para os filmes da vida real, não protagonizados por Chris Gardner (hoje um milionário - Foto), mas vividos pelos pais de ontem, de hoje e aqueles que o serão amanhã.
Claro, há muito que lamentar pela crise de autoridade paterna que vivemos.
Mas também há muito a agradecer a Deus pelos pais que, aos olhos dos homens, não foram tão protagonistas nem heróicos.
Lembremos, por exemplo, daqueles pais que trabalham além da conta para dar um mínimo de dignidade para sua família e não daqueles que abrem mão da família por ambições egoístas.
Lembremos daqueles pais que não sufocaram pelo autoritarismo, mas que também não foram permissivos a ponto de entregarem seus filhos às suas próprias vontades.
Lembremos daqueles pais que abdicaram de grandes coisas para terem grandes filhos.
Meu pai é um desses pais que, perante o mundo, seria apenas um coadjuvante. Cedo, aos 12 anos, despediu-se dos pais para ir ao Seminário, onde se formou pastor. Os calos das mãos, por carregar pedras durante o dia, impossibilitava segurar o lápis à noite. Ah, teria tanta coisa para falar!
Mas o que importa é que ele preferiu ser um coadjuvante.
Porque o protagonista de sua vida sempre foi o Salvador Jesus.
E nós, lá em casa, desde pequenos, aprendemos a amar Jesus porque, papai dizia, “Ele nos tinha amado primeiro”. E isto, amigo, não era filme. Era realidade.
A história real e verídica de um Pai que amou tanto a ponto de entregar seu Filho à morte. Para que hoje, pela fé no Crucificado, você pudesse ser chamado de “filho”.
Talvez o filme paterno da sua vida já tenha terminado. Fica na lembrança apenas o trailer dos ensinamentos, dos conselhos e do exemplo.
Ou talvez o seu filme paterno tenha tido contornos dramáticos e até policiais.
Ou ainda pode ser que nenhum filme paterno tenha rodado em sua vida.
O que importa mesmo é qual filme nós, pais, contracenaremos a partir de agora.
E nós seremos bons coadjuvantes, se neste filme da vida real nós deixarmos Jesus ser o protagonista.
(Pastor Julio Jandt)
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