domingo, agosto 28, 2011

Amor injusto

verdadeiro_amor5_101011010831234      Foi no último dia 26 de agosto. Estávamos estudando o capítulo sobre “perdão”, quando uma aluna do Catecismo perguntou: “Mas, pastor, não é injusto que Deus perdoe uma pessoa depois de ela aprontar muito?”

     “Bom, posso responder a sua pergunta com uma história?

     Era uma vez uma casa muito aconchegante na qual moravam você, sua irmã e seu pai. Um dia, você chegou para o pai e falou:

     - Pai, cansei dessa vida. Me dá o dinheiro da herança.

     Seu pai ficou muito triste, mas não retrucou. Deu o dinheiro e você foi embora de casa, sem olhar para trás. Seu pai, rosto na janela, derramava lágrimas de dor.

     Com muito dinheiro na mão, você teve a vida que sempre sonhou. Muitas festas, badalações, gente ao lado... Teve a oportunidade de provar tudo, do bom e do pior. Muita bebida, muitos garotos... Até que lhe apresentaram um pó, que, diziam, “faria bem ao corpo e à alma”. Pura ilusão. Você tinha tudo que o dinheiro podia comprar, mas não estava satisfeita. Cada dia queria mais.

     Até que, finalmente, o dinheiro acabou. E, junto, acabaram as festas, as diversões, as companhias...

     - E agora, vou viver do quê? O que vou comer?

     À procura de emprego, todos lhe bateram a porta. A fome apertou. Viu um cachorro revirando o lixo. Sentiu vontade de disputar a comida. Sentiu as mãos e as pernas trêmulas, por causa da droga. Cinco dias sem tomar um banho. Dormindo na rua.

     Alguém apareceu e lhe ofereceu um “trabalho”: prostituir-se... Haveria alternativa?

     Então, caindo em si, pensou: “Até o empregado do meu pai tem comida... e eu aqui, no fundo do poço. Não posso mais. Vou voltar para casa e pedir perdão para o meu pai”.

     Temendo pela surra, você se aproxima de casa. E quase sofre um infarto ao ver seu pai correndo, porta afora... Ele vem, dá um beijo e um abraço apertado, e sussurra ao seu ouvido: “Filha, como eu esperei por esse momento!”

     “Depressa!” – ele diz ao funcionário – “Busque uma muda de roupa da irmã dela, ponha a bebida para gelar, vá ao mercado comprar uma carne... Nós vamos fazer uma festa!”

     Você olha para a janela e vê o vidro embaçado. Eram as lágrimas que seu pai derramava todas as noites, esperando que você voltasse.

     Sua irmã vê tudo isto. Acha injusto. Tem inveja. Quer matar o pai e você com um só golpe. Mas, convenhamos, o abraço e o beijo do pai superam tudo, né?”

     Terminei a história. Elas estavam no mais absoluto silêncio.

     Até que a indagadora abriu um sorriso e disse: “Entendi”.

     Ela entendeu o que os fariseus de hoje não querem entender: “Como pode a igreja aceitar este tipo de gente? Como pode o pastor se relacionar com gente desta laia?” É, mesmo, muito injusto, pelos olhos da razão.

     Mas, como disse Paulo, o apóstolo: “Onde aumentou o pecado, transbordou a graça” (Romanos 5.20). Sem sombra de dúvida, este amor do Pai, revelado em Jesus, é espantoso.

     Supera até a inveja dos fariseus.

(Pastro Julio Jandt)

quarta-feira, agosto 24, 2011

Fotoshop de Deus

     Sob o título “O novo retrato da fé no Brasil”, a ISTO É traz matéria de capa que merece profunda reflexão pelas igrejas históricas no concorrido “mercado religioso”. Baseada em pesquisas, a reportagem mostra uma realidade positiva e negativa nesta babel. Ao citar que “o universo espiritual está tomado por gente que constrói a sua fé sem seguir a cartilha de uma denominação”, lembra que o atual fenômeno enfraquece as tradições diante da prolifereção de igrejas e da intensa migração religiosa. Um cenário pontual que, mesmo diante do intenso consumismo tecnológico e crescente materialismo, revela a permanente necessidade espiritual das pessoas. Mas com lado perverso pela confusão espiritual cada vez maior, quadro que Jesus denominou de “ovelhas sem pastor” diante da multidão aflita e desesperançosa.

metodista      Nesta matéria, uma socióloga intitula o novo retrato da fé como “autonomia religiosa”. Sustenta que “Deus é constituído de multiplicidade simbólica, é híbrido, pouco ortodoxo, redesenhado a lápis, cujos contornos podem ser apagados e refeitos de acordo com a novidade da próxima experiência”. Apagado e refeito? Que deus é este? Um deus descartado? Personalizado de acordo com as medidas e necessidades de cada um? Isto não é Deus, é ídolo. Não é o Criador, é criatura. Não é o Salvador, é amuleto. Este deus é aquele que os atenienses chamaram de “deus desconhecido” (Atos 17.23), e que Paulo tentou revelá-lo pelo Evangelho de Cristo. Este deus é aquele de quem Jesus advertiu: “Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu e dizendo: Eu sou o Messias. E enganarão muitas pessoas” (Mateus 24.4,5). Sem dúvida, um desafio nesta sociedade globalizada por interesses individualistas, onde tudo é ajeitado com aparência do novo. E por isto, um fotoshop de Deus de um retrato velho e desgastado, configurado por mãos humanas. Mas de uma humanidade que ainda é alvo do Deus que proclamou: “Eu sou o Senhor e não mudo”. 

(Marcos Schmidt - pastor luterano - Igreja Evangélica Luterana do Brasil - Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS)

terça-feira, agosto 23, 2011

Culto e Confirmação em Chapadinha, MA


Nosso Senhor Jesus Cristo disse; “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19-20).
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Tendo em mente a ordenação de Jesus, a Congregação Evangélica Luterana de Chapadinha, MA, asistida pelo pastor Élvio Nei Figur, realizou a Confirmação* de mais dois jovens no domingo, dia 21 de agosto. Guilherme e Lucas, batizados quando crianças, tiveram a oportunidade de confessar publicamente sua fé e assim Confirmar o seu Batismo após um período de instrução.
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Pais e amigos estiveram presentes no culto realizado na residência de Milton e Roselene, pais do confirmando Lucas (Acima à direita da foto). Eri e Noeli são os pais do confirmando Guilherme (Acima à esquerda da foto).DSCF3121Acima estão todos os presentes no Culto de Confirmação.
*A Confirmação é uma cerimônia na qual o jovem, após instrução apropriada, confessa/confirma publicamente sua fé no Salvador Jesus. Quando Jesus ordenou Batizar ‘todas a nações’, a igreja luterana reconhece e afirma a necessidade do batismo infantil por entender que ‘todas as nações’ incluem crianças. Assim, após o batismo, a igreja busca cumprir o ‘ensinando-os a guardar todas as coisas’ e, por isso, realiza a Instrução na Palavra de Deus, o que culmina com a cerimonia de Confirmação. Não se trata de uma ‘Formatura’, mas de inicio de uma nova etapa de fé e vida tendo as ‘ferramentas’ do conhecimento da Palavra.

sexta-feira, agosto 19, 2011

Frase!

“Se para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, perca. Você será sempre um vencedor”.

Anônimo

quarta-feira, agosto 17, 2011

A faxina

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      Limpar uma casa, um carro, uma roupa. Toda a faxina é uma atitude nobre e recompensável, pois  é bom ver tudo limpinho!

     Divulgou-se que a presidente(a) Dilma ousou fazer uma espécie de faxina demitindo pessoas envolvidas em corrupção. Porém já está colhendo dificuldades, pois os companheiros dos demitidos ou investigados já andam se revoltando.

     Fingir que não vê a sujeira traz seus benefícios pessoais. Afinal a pessoa não se envolve, não cria inimigos, não suja as mãos.

     Como tu tens feito em tua vida? Tens realizado as faxinas necessárias? Ou tens fingido que está tudo limpinho?

     Detectar sujeiras na casa do vizinho é mais cômodo. Enxergar e clamar contra a corrupção lá dos políticos parece hábito entre as conversas. Mas e as nossas pequenas ou grandes corrupções? Jesus denunciou nossa tendência de olharmos o cisco no olho do outro e esquecermos-nos de verificar a trave que está diante de nós. (*Mateus 7*).

     Em nosso país, há um clamor pelo combate a corrupção. No entanto, vez por outra faxinase vê um juiz assassinado, um defensor de causas ambientais morto por donos de madeireiras, um policial perseguido por aqueles que passaram apenas uma noite na prisão, um professor que é ridicularizado por assumir a difícil tarefa de realmente educar e deixar aquela filosofia do: “eu finjo que ensino e tu fingis que aprende”.

     Dias atrás fui limpar e podar galhos de um limoeiro. Os espinhos em minhas mãos não tiraram a alegria do dever cumprido.

     Cada um de nós deve saber quais os galhos secos do limoeiro da vida que precisam ser cortados. Também sabemos e sentimos os espinhos de dificuldades do dia-a-dia; porém jamais devemos esquecer dAquele que não enfrentou apenas pequenos espinhos, mas grandiosos cravos que traspassaram as mãos na cruz do calvário. Jesus fez isso para, com seu sangue, faxinar, limpar todos os nossos pecados. (1 João 1.7)

     Com a força e o amor daquele que nos “torna justos” pelo perdão e mediante a fé, vamos igualmente lutar por justiça. Seria ilusão pensar que vai ficar tudo limpinho, mas certamente ficará melhor, ainda mais se começarmos no nosso coração.

(Pastor Ismar L. Pinz – Pelotas, RS).

terça-feira, agosto 16, 2011

Deus, você e o desempenho de ambos

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      Você está satisfeito com o desempenho de Deus?

     Esta foi a bizarra pergunta de uma pesquisa feita pelo instituto Public Policy Polling, nos Estados Unidos. Das 928 pessoas que responderam à entrevista, 52% aprovam o trabalho que Deus tem realizado, enquanto 9% desaprovam e 40% “não tinham certeza” sobre a performance de Deus.

     A pergunta não me assusta. Há muito Deus tem sido visto como um executivo de luxo para atender nossas necessidades. Ao levantar a prece, espera-se que Deus aperte a tecla <enter> garantindo o envio do pedido feito. Ou então que, ao invocar seu nome, toda a proteção divina repouse supersticiosa sobre nós como garantia de bem-estar. Ou, pior ainda, que por carregarmos o rótulo de “cristão” na testa, Deus é o responsável por abrir as torneiras da prosperidade.

     E assim, Deus tem sido avaliado de acordo com o nosso gosto,nossas convicções e nossos anseios. Não se questiona o que Deus pensa disso. Mas o que nós pensamos dEle.

     Essa onda de avaliações adentrou também os muros das igrejas feito um verdadeiro tsunami. A verdade é varrida para debaixo do tapete do ego do “fiel”. Igrejas transformaram-se em uma grande empresa, com direito a promoção e renovação de contrato para o pastor eficiente, diplomático e carismático. Não se leva mais em conta como Deus esperava que tudo acontecesse, mas o gosto da clientela. Deus tornou-se apenas um coadjuvante de nossos caprichos e ambições.

     Uma sutil e perniciosa inversão de valores. Quem mede a produtividade de quem?

     Neste ponto somos ajudados pelo apóstolo Paulo, quando ele fala sobre o exercício do seu ministério: “Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo” (Gálatas 1.10). Em outras palavras, se ouvimos sempre o que nos agrada, é bom ter cuidado. Talvez não seja a verdadeira voz de Cristo.

     A ordem não é de baixo para cima. É o inverso.

     É o cúmulo do ridículo avaliar o desempenho de Deus. E se fosse o contrário? Você aceitaria passar em público um filme de sua vida? Falo do filme completo, incluindo pensamentos, desejos, olhares, palavras, atos e omissões, e não um trailer de partes selecionadas. Deus aprovaria seu desempenho?

     Não, Ele jamais aprovaria nosso desempenho. Um único deslize seria o suficiente para nos levar para longe da sua perfeição e santidade.

     É então que reconhecemos, unicamente pelos olhos da fé, ser Jesus o único capaz de aprovação diante de Deus. Obediente ao extremo. Amoroso ao sacrifício. Perfeito em tudo. Até quando disse o que as pessoas não queriam [mas precisavam] ouvir.

     Quando Deus nos olha através de Jesus, Ele aprova nosso desempenho.

     Porque o sangue que Jesus derramou na cruz nos purifica de todo mau desempenho.

(Pastro Julio Jandt – Itararé, SP)

domingo, agosto 14, 2011

Paciencia – Passe adiante

CPT 13 - Amor

Dia dos Pais - “PAI, COMEÇA O COMEÇO!”

      Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: - “pai, começa o começo!”. O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito.images (7)

     Meu pai faleceu há muito tempo (e há anos, muitos, aliás). Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, “começar o começo” de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas “tangerinas” são outras. Preciso “descascar” as dificuldades no trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no com clientes, o esforço diário que é a construção de uma nova vida a só, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.

     Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis...
     Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para “começar o começo” era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.

     Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus; “Pai, começa o começo!”. Ele não só “começará o começo”, mas resolverá toda a situação para você.

     Não sei que tipo de dificuldade eu e você encontraremos pela frente neste  ano. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: “Pai, começa o começo!”.

(Autor desconhecido)

sábado, agosto 13, 2011

Frase

“O dever é uma coisa muito pessoal; decorre da necessidade de se entrar em ação, e não da necessidade de insistir com os outros para que façam qualquer coisa”.

Madre Teresa de Calcutá

Instabilidades e segurança

bolsa valores      “Aplique o seu dinheiro em vários lugares e em negócios diferentes porque você não sabe que crise poderá acontecer no mundo”. Seria apenas um conselho na atual crise econômica se não estivesse no livro bíblico de Eclesiastes. O que se vê nas capas dos jornais é história repetida, com primeira edição quando o Criador anunciou ao provedor do lar o fruto da desobediência: “a terra lhe dará mato e espinhos, você terá de trabalhar no pesado e suar para fazer com que ela produza algum alimento, até que você volte à terra”. Barak Obama sente na carne a maldição de Gênesis igual a qualquer pai. Mas as instabilidades da vida, a exemplo da bolsa de valores, são a coisa mais certa. Hoje temos dinheiro, amanhã podemos estar pobres, hoje temos saúde, amanhã podemos estar doentes, hoje estamos vivos, amanhã podemos estar mortos... O que será daqui um minuto, uma hora? E se a crise bater a minha porta? Estou preparado sem cair no desespero?

     A instabilidade, no entanto, sempre tem efeitos positivos num mundo que precisa rever os seus conceitos de valor, sobretudo em relação ao Deus, denominado insistentemente pelas Escrituras de Eterno e Verdadeiro. O rei Davi já alertava: “Ainda que as suas riquezas aumentem, não confiem nelas” (Salmo 62). Por isto a oração de Agur: “Não me deixes ficar nem rico nem pobre. Porque se tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome (Provérbios 30). Mesmo com toda a prosperidade, Davi confessou no Salmo 144 que Deus é a rocha e confia na proteção dele

     Diante disto, só resta o caminho indicado por Jesus: “Não fiquem preocupados com o dia de amanhã”. Não no sentido da irresponsabilidade, mas quanto à primordial ocupação, e que prepara para as desventuras terrenas. Uma fé que tem promessa: Ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e a vontade dele, e ele lhes dará todas as outras coisas (Mateus 6).  

Marcos Schmidt - pastor luterano

Mensagem Dia dos Pais - IELB

sexta-feira, agosto 12, 2011

quinta-feira, agosto 11, 2011

Dia dos Pais - “Filmes paternos”

      Poucas vezes me emocionei tanto como com “À procura da felicidade” (2006), protagonizado por Will Smith e que conta a história real de Chris Gardner.

     Numa das cenas mais impressionantes, Chris é despejado da pensão por não conseguir pagar o aluguel e tem de arranjar um lugar para ficar com seu filhinho Christopher, de 5 anos. Com todos os abrigos da cidade lotados, eles vão para uma estação de metrô. Chris pega uma das máquinas de escaneamento ósseo que vende e faz seu filho “viajar” no tempo, imaginando que aquela é uma máquina do tempo. Para se esconder dos dinossauros, Chris fala que o banheiro público da estação é uma caverna e então se abrigam lá. Alguém tenta entrar no banheiro, mas Chris segura a porta com os pés enquanto Christopher dorme tranquilamente nos braços de seu pai.

     É só um filme. Mas esta cena me remete para os filmes da vida real, não 250px-Chrisgardnerprotagonizados por Chris Gardner (hoje um milionário - Foto), mas vividos pelos pais de ontem, de hoje e aqueles que o serão amanhã.

     Claro, há muito que lamentar pela crise de autoridade paterna que vivemos.

     Mas também há muito a agradecer a Deus pelos pais que, aos olhos dos homens, não foram tão protagonistas nem heróicos.

     Lembremos, por exemplo, daqueles pais que trabalham além da conta para dar um mínimo de dignidade para sua família e não daqueles que abrem mão da família por ambições egoístas.

     Lembremos daqueles pais que não sufocaram pelo autoritarismo, mas que também não foram permissivos a ponto de entregarem seus filhos às suas próprias vontades.

     Lembremos daqueles pais que abdicaram de grandes coisas para terem grandes filhos.

     Meu pai é um desses pais que, perante o mundo, seria apenas um coadjuvante. Cedo, aos 12 anos, despediu-se dos pais para ir ao Seminário, onde se formou pastor. Os calos das mãos, por carregar pedras durante o dia, impossibilitava segurar o lápis à noite. Ah, teria tanta coisa para falar!

     Mas o que importa é que ele preferiu ser um coadjuvante.

     Porque o protagonista de sua vida sempre foi o Salvador Jesus.

     E nós, lá em casa, desde pequenos, aprendemos a amar Jesus porque, papai dizia, “Ele nos tinha amado primeiro”. E isto, amigo, não era filme. Era realidade.

     A história real e verídica de um Pai que amou tanto a ponto de entregar seu Filho à morte. Para que hoje, pela fé no Crucificado, você pudesse ser chamado de “filho”.

     Talvez o filme paterno da sua vida já tenha terminado. Fica na lembrança apenas o trailer dos ensinamentos, dos conselhos e do exemplo.

     Ou talvez o seu filme paterno tenha tido contornos dramáticos e até policiais.

     Ou ainda pode ser que nenhum filme paterno tenha rodado em sua vida.

     O que importa mesmo é qual filme nós, pais, contracenaremos a partir de agora.

     E nós seremos bons coadjuvantes, se neste filme da vida real nós deixarmos Jesus ser o protagonista.

(Pastor Julio Jandt)

terça-feira, agosto 09, 2011

Frase!

" Seja humilde para aprender e mais humilde ainda para ensinar. A vida é um bumerangue, vai te dar o que você der a ela! "
Gilclér Regina

sábado, agosto 06, 2011

DEFICIÊNCIAS - Mario Quintana (escritor gaúcho 30/07/1906 -05/05/1994 ).

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco"
é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego"
é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo"
é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo"
é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico"
é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético"
é quem não consegue ser doce.
"Anão"
é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis"
são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre"

terça-feira, agosto 02, 2011

Esses diferentes são todos iguais

9788_zoom      Li que o psicopata norueguês que assassinou 76 pessoas em Oslo é um “fundamentalista cristão”. Ou seja, trata-se de um adepto radical do cristianismo. Que é, todos sabem, a religião do amor. No seu grande manifesto filosófico, o Sermão da Montanha, Jesus disse: “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Mais até. Ele disse: “Amai aos vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem”. Logo, um fundamentalista cristão deveria ser uma pessoa que ama incondicionalmente as outras pessoas, que entende o significado revolucionário de oferecer a face esquerda quando alguém lhe aplica uma bofetada na direita. Deveria ser um adepto da paz e do entendimento entre os homens.

     Qual é o problema daquele norueguês, então? Qual é o problema de outros tantos cristãos convictos que lutaram contra os muçulmanos em Cruzadas, queimaram mulheres em fogueiras, supliciaram hereges, submeteram índios pela força das armas e, ainda hoje, matam, roubam e exploram o próximo? Será que esses cristãos todos padecem do terrível mal que atormenta o povo brasileiro, a interpretação de texto defeituosa? Não pode ser. É gente demais. Provavelmente eles entenderam tudo o que a religião deles prega, mas não têm interesse em agir de acordo com suas próprias crenças. Porque o cristianismo diz que todos somos iguais, e essa é uma ideia insuportável. As pessoas querem, desesperadamente, ser diferentes. A vida inteira lutam por isso, para se diferenciar dos outros. Não querem que os outros sejam seus “semelhantes”, querem que sejam diferentes. O patriotismo, o nacionalismo e o racismo se alimentam desse conceito, o de que as pessoas são diferentes.

     Não faz muito, um aluno de História de uma universidade gaúcha escreveu um rabalho em que se referiu a questões “multirraciais”. Algo mais ou menos na linha do psicopata norueguês. Estamos no século 21 e ainda há pessoas que acreditam em raça. Pesquisas com DNA, testes com Carbono 14, a Ciência com cê maiúsculo, enfim, já provou que somos todos misturados, nós, humanos, que todos viemos do mesmo lugar, a mãe África, e que não há, e nunca deve ter havido, uma chamada “raça pura”. Em essência, que o conceito de raça é falso, que raça não existe. Está tudo escrito, explicado por historiadores, por cientistas, por filósofos: não existem diferenças espirituais, físicas e intelectuais entre os seres humanos. Somos todos iguais, seja qual for a cor da pele ou a textura do cabelo. Isso é detestável para quem se crê diferente.

     O curioso é que as pessoas que mais querem ser diferentes não toleram diferenças. Homofóbicos arrancam orelhas de supostos gays a dentadas, antitabagistas tentam proibir o fumo até em parques, ecologistas chutam carros nas ruas, europeus brancos fecham as fronteiras a africanos negros. Não toleram diferenças, mas passam a vida a ressaltar o quanto eles são diferentes e chegam a defender suas diferenças a bala. E eis aí a razão de grande parte do sofrimento da Humanidade: é o fato de haver quem acredite que ser diferente é o mesmo que ser melhor.

(DAVID COIMBRA - ZERO HORA - 29 de julho de 2011)

Quem poderá pagar esta dívida

*Márlon Hüther Antunes

obama_plano        O debate que tomou conta nos últimos dias, em torno do endividamento público dos Estados Unidos, e de um possível calote junto aos credores aponta para a realidade, de que até mesmo os mais abastados podem perder o sono e viver a tensão em como manterão as aparências e se portarão diante da instabilidade. Uma realidade quando vivida sem regras, numa total libertinagem regida por egos, traz conseqüências que afetam e prejudicam gerações. Entre credor (com direitos) e endividado (sem condições) há sempre um grande abismo e geralmente um saldo catastrófico que compromete além das partes envolvidas. Onde buscar solução quando por incapacidade, os riscos são coletivos? É necessário humildade e planejamento, rever conceitos e encontrar os “furos”, os quais resultam numa mudança de hábitos.

     A dívida americana reflete a condição humana e o tamanho do rombo que há no coração de cada um (Romanos 3.23). Por vezes assume-se a culpa, por outra ela é jogada como responsabilidade de outrem. Assim é o pecado! Para alguns é melhor ser conivente e negar, para outros de modo mais consciente buscar uma solução, ter um alvo.  Mas ao que tudo indica, não há cifras suficientes.

     Se dívidas pagáveis já provocam reações negativas, instabilidade e roubam a paz. O que poderia ser dito daquela onde a morte e certa? (Romanos 5.12) Não dá para deitar e dormir tranquilo (Salmos 4.8). Diante desta bola de neve que sempre vira uma avalanche, escraviza e de maneira desenfreada produz todo tipo de estragos, “Feliz aquele cujas maldades Deus perdoa e cujos pecados ele apaga!” (Salmo 32.1).

     Só há um caminho, como solução proposta: a graça de Deus, que é um dom e presente imerecido, com um único intuito, a saber, quitar a maior dívida! (Efésios 2.8,9). “Por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo” (Colossenses 1.20), “Assim também Cristo foi oferecido uma só vez em sacrifício, para tirar os pecados de muitas pessoas. Ele trouxe a paz” (Hebreus 9.28). As últimas palavras de Cristo na cruz foram “Está consumado” (João 19.30); eram ditas pelos credores, quando um devedor liquidava suas dívidas. Aliviado, este podia viver livre e tranquilo.

     Embora não seja possível viver alienado, sem o risco da instabilidade financeira em casa, nos país, ou mesmo sofrer as conseqüências que atravessam o oceano, nunca é tarde para rever conceitos. Você pode com certeza deitar e dormir em paz, afinal “já não existe nenhuma condenação para as pessoas que estão unidas com Cristo Jesus” (Romanos 8.1). Dívida perdoada, pior dos desesperos evitado!

* É Teólogo e Pastor da Igreja Luterana de Maceió

segunda-feira, agosto 01, 2011

“A ‘Loja Grátis’ de Deus”

lojagratis300      Imagine entrar em uma loja onde estão os últimos lançamentos de marcas consagradas de todos os setores, de biscoitos e desodorantes até roupas e eletrônicos... Imagine que você pode escolher o que quiser e pode levar para casa sem pagar sequer um centavo por isso... Seja Bem Vindo à ‘Loja Grátis’.

     Acha que estou brincando? Inventando?

     Não! Não estou brincando nem inventando! Isso já existe a mais de quatro anos no Japão, Espanha e Estados Unidos e agora chegou ao Brasil, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

     Segundo o Site R7, o consumidor pode levar o que quiser (somente eletrônicos e produtos mais sofisticados não podem ser levados, mas podem ser testados a vontade na loja), e o único ‘pagamento’ é a opinião do consumidor a respeito do produto. E o melhor é que os produtos não vêm em tamanhos reduzidos como as ‘amostras grátis’, mas em tamanho real como são ou serão encontrados nas lojas à venda.

     Um dos sócios de uma das lojas disse que ‘A grande aposta está em que as pessoas têm um contato direto com o produto e não apenas por meio da propaganda, o que proporciona maior confiabilidade no marketing ‘boca-a-boca’’.images

     Uma parcela considerável de meus leitores deve estar pensado; - Poderiam abrir uma loja como esta aqui em nossa cidade...

     A Mulher Samaritana junto ao poço de Jacó teve uma reação parecida quando Jesus lhe disse que poderia lhe dar gratuitamente da Água da Vida; “Por Favor, me dê dessa água!” (Jo 4.15), ela disse. E então ela pôde experimentar da Água da Vida Eterna através as palavras de Jesus. E o marketing ‘boca-a-boca’ daquela samaritana fez com que muitos outros também experimentassem dessa água e testemunhassem; “Agora não é mais por causa do que você disse que nós cremos, mas porque nós mesmos o ouvimos falar. E sabemos que ele é, de fato, o Salvador do mundo” (Jo 4.42).

     ‘Amostras Grátis’ da infinita misericórdia de Deus também foram distribuídas quando Jesus desembarcou às margens do Mar da Galiléia e uma multidão faminta veio ao seu encontro a fim saciar sua sede – em grande parte inconsciente - pelo Pão da Vida. Cinco pães e dois peixes foram mais que suficientes para saciar a fome física de uma multidão de mais de dez mil pessoas...

     O Evangelista João, ao tratar desse milagre da multiplicação, registra o ‘puxão de orelha’ do mestre; “... vocês estão me procurando porque comeram os pães e ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres. Não trabalhem a fim de conseguir a comida que se estraga, mas a fim de conseguir a comida que dura para a vida eterna”. E acrescenta; “O Filho do Homem dará essa comida a vocês...” (Jo 6.26 e 27).

     Nós precisamos dessa comida e até ansiamos por ela como aquela multidão ao redor de Jesus. Até sentimos a necessidade em ingerirmos o alimento ‘que dura para a vida eterna’, porém tendemos a buscar e a trabalhar unicamente pela ‘comida que se estraga’. Por isso Deus pergunta de forma a provocar reflexão; “Por que vocês gastam dinheiro com o que não é comida? Por que gastam o seu salário com coisas que não matam a fome?” (Is 55.2a). E somos forçados a admitir, como escreveu Shakespeare que, em nossa natureza, ‘buscamos mais a graça momentânea dos homens mortais do que a graça de Deus’ (Ricardo III).

     Deus diz; “Ouçam-me com atenção, e vocês comerão do melhor alimento” (Is 55.2b). E quando Ele oferece alimento, Ele o dá gratuitamente; “... Venham, os que não têm dinheiro: comprem comida e comam! Venham e comprem leite e vinho, que tudo é de graça” (Is 55.1).

     Quem já teve a experiência de receber algo de graça, ou sem merecimento, já teve uma ‘amostra grátis’ do que é receber a misericórdia e a graça de Deus; A Sensação de satisfação e alegria percorre o espírito e o corpo como uma substância alucinógena e é capaz de provocar uma sensação de prazer e satisfação dificilmente explicáveis por meio de palavras...

     Eu mesmo já experimentei uma sensação parecida quando recebi, de graça, uma bolsa integral de estudos para pós-graduação. Nos dias que se seguiram experimentei sensações interessantes de alegria e satisfação por algo recebido sem nenhum tipo de merecimento. No entanto, por circunstâncias que hoje consideraria irrelevantes, não me inscrevi em nenhuma das opções disponíveis e acabei perdendo o presente.

2712621464_c68e928a77      Foi uma lição que aprendi na prática. Aprendi a valorizar mais as coisas que recebo de graça. Aprendi a valorizar mais aquilo que alguém, sem considerar minha imperfeição me ofereceu sem pedir nada em troca. E quando se trata da graça e misericórdia de Deus, isso é especialmente válido... Por isso o apóstolo Paulo pede; “não deixem que fique sem proveito a graça de Deus, a qual vocês receberam” (2 Co 6.1).

     Deus nos oferece misericórdia e perdão gratuitos quando diz; “Inclinai os ouvidos e vinde a mim; prestem atenção e terão vida nova...” (Is 55.3a). Essa é uma atitude de atenção urgente, não uma ordem, mas um convite enfático. Um ‘Vinde a Mim’ com aceitação voluntária. E o que é oferecido gratuitamente é a Vida Nova e Eterna.

     A ‘Loja Grátis’ de Deus está em funcionamento a mais de dois mil anos. Antes mesmo de Jesus vir ao mundo, Deus Pai deu mostras de sua misericórdia àqueles que confiaram em suas Palavras de Salvação. Hoje, a ‘Loja’ tem filiais em diversas partes do mundo, lá onde os verdadeiros cristãos - que adoram a Deus em espírito e em verdade – estão presentes com seu testemunho e amor cristão.

     Não pense; ‘- Poderiam abrir uma loja como esta aqui em nossa cidade...’ pois ela já existe em sua cidade, e você, que já é cristão, é um dos atendentes/funcionários dessa ‘Loja’... E você que ainda não a conhece, saiba que, em Cristo Jesus, o Pai quer proporcionar um contato direto entre você e Ele. Por isso diz; “Inclinai os vossos ouvido e vinde a mim; prestem atenção e terão vida nova...”; “Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida” (Ap 21.6).

(Elvio Nei Figur – SLZ,MA)