Respondi a um teste com a pergunta do título.
Dar o nosso melhor naquilo que fazemos é, sem dúvida, uma boa disposição e uma decisão acertada. Porém, “fazer tudo bem - em todas as coisas - o tempo todo” é impossível e ultrapassa a capacidade humana. O risco é a consequência: pensamentos de negatividade, ansiedade, depreciação e desvalorização pessoal, não só em relação a nós, mas também em relação aos outros.
É o sentimento de que, se eu cometer um erro, será catastrófico.Guiar-se pelo perfeccionismo pode ser bom até certa altura. Dali para frente torna-se prejudicial. Passamos a valer o quanto pesamos. Não dormimos tranquilos. E parece que o círculo vicioso não tem fim.
O curioso é que Jesus, em Sua Palavra, nos pede perfeição: “Sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mateus 5.48). Deus quer nos aperfeiçoar. Em outro momento, o apóstolo Paulo fala sobre nos revestirmos de amor, “que é o elo perfeito” (Colossenses 3.14).
Ser perfeito é ser como Jesus foi. Amar como Ele amou, tanto àqueles que gostam de nós como aos que nos odeiam, desprezam e perseguem. Ser misericordioso a exemplo de Jesus, isto é, não retribuir o mal a ninguém, mas relevar pelo perdão, pelo amor que cobre infinidade de tropeços. Ser cuidadoso nas palavras, dizendo a verdade em conexão com o amor. Ser límpido na mente e nos olhos, evitando a impureza sexual. Ser honesto no muito e no pouco. Cuidar dos outros como cuida de si mesmo, mas sem intrometer-se na vida alheia. Amparar os que sofrem. Orar por todos, inclusive pelos governantes, até mesmo pelos inimigos.
Se levarmos isto bem a sério, com perfeccionismo, não dormiremos tranquilos. Ficaremos tensos e ansiosos. Não teremos certeza se já correspondemos às expectativas de Deus ou se precisamos de mais alguma coisa para aplacar sua justiça. E então tentaremos novamente, buscando a perfeição. Mas não a atingiremos, por melhores que nossas intenções sejam.
O grande alívio, nessa hora, é que Deus já providenciou o fim desse círculo vicioso. E Ele o providenciou por meio da morte e ressurreição do Seu Filho. Jesus, Filho de Deus, Deus de Deus, cumpriu tudo o que o Pai requeria. Ele foi perfeito como nós não conseguimos ser. Quando nos agarramos a Ele, pela fé, confiando no que Ele fez e não no que nós podemos fazer, Ele nos transfere, de graça, por amor, tudo de bom e perfeito que realizou.
É então que o Pai nos olha e nos vê perfeitos. Não porque nós tenhamos sido, de fato, perfeitos. Mas porque a perfeição de Jesus cobriu inteiramente nossas imperfeições.
No teste que realizei sobre o grau do meu perfeccionismo, a resposta foi assim: “Um pouco exagerado. A mania de perfeição ainda não está prejudicando totalmente sua rotina e sua autoimagem, mas, de acordo com suas respostas, falta pouco para isso acontecer. Você ainda consegue perceber que uma ou outra ação poderia ser dispensada, sem comprometer resultados ou objetivos. Então, reveja atitudes e melhore sua autoconfiança”.
O teste está certo, em parte. Preciso rever atitudes e dispensar ações que não levam a nada.
Porém, o que preciso não é melhorar minha autoconfiança. Preciso, sim, é melhorar cada vez mais minha confiança na perfeição de Jesus.
(Pastor Júlio Jandt)
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