Chamou minha atenção a quantidade de propaganda impressa jogada para dentro do quintal. De farmácias, de lojas de móveis, de carros – não vou lembrar de todas. De um lado, isso faz parte do negócio e “quem não é visto não é lembrado”. Mas, de outro lado, que sentido há em vários tabloides iguais para uma mesma família? Desperdício e desrespeito andando de mãos dadas, como quando pessoas ignoram as lixeiras e jogam o lixo no chão.
Isso sem falar na poluição sonora. Para quem tem filho pequeno em casa, os veículos com som exorbitante ou sem escapamentos silenciosos são um verdadeiro tormento. E o que dizer dos foguetórios? Faz-nos lembrar da música do Kid Abelha: “Barulho, barulho, muito barulho por nada...”
E a poluição visual? Desde as menos graves como erros de concordância (como “Faz um...” ao invés de “Faze um...”) até aquelas que induzem a inversão de valores. Que quantidade de lixo impressionante na tela master da família brasileira!
Mas sabe o que é mais preocupante ainda? É a poluição espiritual.
Essa está tão impregnada que parece que já nos acostumamos a ela, de tal forma que respiramos com dificuldade e logo, logo perdemos o fôlego, o ânimo, a coragem. Jesus mesmo já havia alertado para esta poluição interna: “Ai de vocês, fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície” (Mateus 23.27).
Lixo interno que se exterioriza na forma de ideologias que influenciam até as melhores famílias e iludem incautos. Quem nunca ouviu a máxima de que “todos os caminhos levam a Deus”? Ou então que com nossas próprias ações e boas virtudes conquistaremos a aprovação divina? O lixo do pós-modernismo faz cada um ter sua própria verdade, já que, pensa-se, não há uma verdade absoluta. Tudo é orientado com vistas ao poder, ao “ter” e não ao “ser”, ou a satisfazer o gosto do cliente.
Toda essa poluição fica ainda mais visível quando nos deparamos com a pureza da santidade de Deus, em quem não há pecado, em quem não há mentira, aquele que não deixa de ser fiel porque nós o deixamos.
É então que devemos lembrar que há, sim, uma verdade. Tão limpa e clara que destoa dos sórdidos e sujos caminhos da humanidade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” – disse Jesus (João 14.6). E sobre nossa própria situação, o profeta Isaías resume bem: “Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniquidades nos levam para longe” (Isaías 64.6).
Contudo, há solução para esta sujeira impregnada em nosso ser, que nos corrompe e corrompe a outros – uma solução que passa longe da varrição para debaixo do tapete: “O sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado. Se confessarmos os nossos pecados (o lixo em nós incrustado), Deus é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1.7).
Querido leitor, faça sua parte. Vamos lutar por uma cidade mais limpa, em todos os sentidos. A começar por deixar-se lavar no sangue de Cristo.
(Pastor Júlio Jandt)
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