Com seu arco e flechas, o Cupido acerta o coração das pessoas e provoca paixão. Também conhecido na mitologia grega por “deus Eros”, diz a história que este menino alado se arranhou acidentalmente com sua flecha e se apaixonou pela humana Psiquê. No final, conseguiu levar sua amada ao Olimpo para viverem felizes para sempre.
Pensei no Cupido e no Espírito Santo, já que neste ano o Dia dos Namorados também é o Domingo de Pentecostes. O Espírito divino dos cristãos, que desceu vestido com asas de pomba no batismo de Jesus e no Pentecostes em forma de línguas de fogo, é o mesmo que atinge as pessoas com a flecha do Evangelho e cria o amor “ágape”. E se na lenda grega há intrigas e ciúmes – típico da paixão humana, já na história do Deus Consolador existe amor, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio (Gálatas 5).
Por isso os cristãos de Corinto – que antes iam ao templo da deusa Afrodite, mãe de Éros, para se prostituirem com as sacerdotisas – foram advertidos por Paulo: “Fujam da imoralidade sexual! Qualquer outro pecado que alguém comete não afeta o corpo (...) Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo?” (1 Coríntios 6.18,19). Na mesma carta, o apóstolo dá conselhos aos casados, solteiros e viúvas: “Já que existe tanta imoralidade sexual, cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido (7.2).
Diferente do amor “tragédia grega”, doentio, violento, inconsequente – as flechas certeiras do Espírito incendeiam o amor paciente e bondoso, que não é ciumento, nem orgulhoso, vaidoso, grosseiro e egoísta (1 Co 13). Uma paixão celestial pelo ser humano que se tornou realidade graças ao Filho de Deus, ferido voluntariamente na cruz para escrever a verdadeira história de amor. Por isto os cristãos são descritos igual a uma noiva que vai se encontrar com o noivo Jesus (Apocalipse 21) e viverão felizes para sempre.
Marcos Schmidt - pastor luterano
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