Impressionante a história daquele orangotango da Indonésia que tentou arrancar a própria mão para poder escapar de uma armadilha na floresta. Foram quase dez dias de um terrível sofrimento até que o primata fosse resgatado. Esse drama lembrou a história do filme “127 Horas”, onde o alpinista Aron Ralston, durante uma descida entre rochas, sofre um deslizamento e uma rocha imensa esmaga o seu braço direito. Para poder sair com vida dali, Ralston não tem outra alternativa a não ser amputar o próprio braço com seu canivete.
Cenas fortes que mostram a dimensão do nosso instinto de sobrevivência.
Ambas as histórias me lembraram das palavras de Jesus: “Se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno” (Mateus 5.30).
É claro que Jesus não estava defendendo uma automutilação literal física. Se assim o fosse, não haveria um sequer na história da humanidade que precisasse de cortador de unhas.
Mas o ponto de Jesus tem algo em comum com estas histórias: para ficarmos vivos, precisamos repensar uma série de coisas e abrir mão daquelas coisas que nos prendem à morte.
No texto de Mateus, Jesus está falando abertamente sobre a questão da impureza sexual. Adultério não é apenas a traição a um cônjuge fiel. É todo e qualquer pensamento imoral, o olhar malicioso, o desejo pelo sexo ilegal. Então, diz Jesus, se é o olho que nos faz tropeçar, arranquemo-lo. Ou seja, é bom controlar o olhar, escolher a revista decente, trocar o canal, selecionar bem o programa da televisão e o local a ser frequentado. Se alguma dessas coisas vai fazer você tropeçar, fique longe delas.
Se há coisas que você costuma fazer que trazem desgraça para sua alma, que afetam negativamente sua família – prive-se delas. Podem ser os vícios, as farras, as fofocas que envenenam nossos lábios, a ingratidão feito um olhar míope, os julgamentos que deixam o coração rançoso. Precisamos amputar tudo o que nos leva para longe de Deus.
Pode parecer que não é tão importante.
Mas lembre-se: é uma questão de vida ou morte. De sobrevivência.
O orangotango recupera-se bem. Sua mão foi amputada para que o braço pudesse permanecer. Ralston, o rapaz do filme, na sua situação mais delicada de risco de morte, reconhece o quanto fora egoísta e egocêntrico em sua vida, repensa suas atitudes e valores. A vida que lhe esperava seria melhor, em todos os sentidos.
É melhor perder um membro do corpo e entrar no céu mutilado, do que ir para o inferno com o corpo sarado. Isso quer dizer que é melhor perder algumas experiências que esta vida oferece, a fim de entrar na vida que realmente vale a pena: a vida eterna. É claro que este ensino de Jesus vai totalmente na contramão do mundo permissivo que vivemos, onde o prazer e a curtição são a única coisa que realmente importa.
Mas, por outro lado, o princípio de Jesus é altamente consolador: Ele mostra que a eternidade vale mais do que alguns anos e que segui-Lo é muito melhor do que seguir a multidão.
Por isso Ele apela para o nosso instinto de sobrevivência eterna.
(Pastor Júlio Jandt)
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