Assistindo ao Fantástico, lembrei dos publicanos ou cobradores de impostos citados na Bíblia. Jesus se relacionava com eles e isto deixou os fariseus de cabelo em pé, tanto que perguntaram aos discípulos: — Por que é que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama? Os publicanos eram detestados pelos judeus, pois além de agentes do tirano império de Roma, a maioria era corrupta ao exigir propinas e cobrar além do que deveriam. Alguns se tornaram cristãos, entre eles o evangelista Mateus. O baixinho Zaqueu, depois da conversa com Jesus, arrependeu-se e deu aos pobres tudo o que havia roubado.
Conforme o Fantástico, a Polícia Federal de São Paulo encontrou R$ 12,9 milhões em poder de cinco fiscais da Receita. Na casa de um deles, US$ 2,5 milhões estavam escondidos no forro do teto. Somente uma quadrilha de Osasco teria desviado R$ 2 bilhões dos impostos nos últimos 10 anos. No final da matéria, um corregedor da Receita declarou que a maioria dos servidores é honesta e os corruptos serão punidos. Tomara! Um assunto oportuno, já que 9 de dezembro é o Dia Internacional de Combate à Corrupção. No Brasil, R$ 85 bilhões são desviados dos cofres públicos pelos maus políticos, servidores, empresários – em âmbito municipal, estadual e federal. É muito dinheiro que poderia acabar com tantos problemas que azucrinam a nossa vida.
“Que a justiça seja feita pela Justiça”, disse um agente da Polícia Federal sobre os publicanos de Osasco. Ou seja, que sejam punidos. E para que não sejam condenados pela justiça divina, eles ainda podem ouvir João Batista, aproveitando o recado do Advento. Diz o Evangelho que “alguns cobradores de impostos também chegaram para serem batizados e perguntaram a João: - Mestre, o que devemos fazer? Não cobrem mais do que a lei manda! – espondeu João” (Lucas 3,12,13). Os tribunais de contas e a polícia teriam menos trabalho se a mensagem do Natal surtisse efeito no coração desses publicanos.
Marcos Schmidt
pastor luterano
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