quarta-feira, dezembro 22, 2010

O Choro no Natal

 

O choro de uma criança nem sempre é bem vindo; afinal representa desconforto do bebê e a necessidade de alguma ação por parte dos pais. Porém, em um momento especial o choro é esperado e até festejado. Refiro-me a hora do nascimento.

Sou pai de dois belos filhos – um menino de 6 anos (Leonardo) e uma menina de 3 anos (Isabela). Eles têm em comum, além dos pais, o fato de que ambos nasceram prematuros e ambos em parto normal. Foi uma aflição muito grande ver o pequeno Leonardo nos braços do médico sem esboçar muita reação. Após uma e outra intervenção da pediatra ele deu um pequeno choro – que apesar de minúsculo, trouxe grande alívio! As horas posteriores ao nascimento continuaram tensas, mas o alívio e a alegria daquele pequeno choro nos fortaleciam, pois era o som de quem lutava pela vida.choro

Quanta alegria traz o choro de uma criança recém-nascida! Fico imaginando o que representa esse som para as mamães. Depois do esforço e da dor do parto aquele buáááá estridente deve ser música de alta qualidade!

Em mais um Natal penso no choro do menino Jesus e creio ter sido o tom para iniciar o cantarolar de milhares de anjos. Todo o Universo ouviu aquele choro! A noite se iluminou! Os animais se movimentaram mais alegres e a Estrela Guia surgiu do nada para iluminar os caminhos. Afinal, não era apenas mais um choro, era o som que vinha da boca de Deus, o Deus que de tão grandioso se fez pequeno e nasceu como um de nós!

Céus e terra passarão, mas aquele “choro”, a Palavra de Deus, permanecerá para sempre! (1 Pe 1.24)

Há outros choros nos natais dos dias de hoje! Choro do menino pobre sem presentes. Choro do menino rico que não se contenta com nada. Choro do solitário! Choro do enlutado! O Natal desperta as mais fortes emoções, sejam de alegria ou de tristeza. Quando a emoção nasce do verdadeiro Natal as lágrimas, ainda que acompanhadas de malancolia, limparão os olhos para uma visão mais clara e precisa.

O Menino que chorou na bem-aventurada Noite na cidade de Belém cresceu e voltou a chorar diante da morte, diante da injustiça das pessoas. Ele ofereceu toda a sua lágrima e todo o seu sangue para fazer nascer o sorriso do perdão.

Hoje ainda há um choro que é muito bem vindo. Não necessariamente de uma criança. Trata-se do choro do arrependimento e da fé. Em sua misericórdia, Deus providencia a cada um a chance de recomeçar através do perdão e sempre nos convida a uma vida de arrependimento e de paz.

Em Jesus temos o perdão, e no seu perdão acontece um Novo Natal, pois é nele que Jesus “renasce” em nossos corações, não em choro, mas em gargalhadas de alegria, pois há festa no Céu diante de cada pecador que se arrepende (Lc 15.7) – é ali que está o verdadeiro Natal.

(Pastor Ismar Lambrecht Pinz - Cominidade Luterana Cristo Redentor - Assis Brasil, 350, Três Vendas, Pelotas)

terça-feira, dezembro 14, 2010

O “wikileaks” de cada um

wikileaks-9a39 O assunto é Wikileaks – um site na internet que publica documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. No último dia 28 de novembro, esta organização divulgou mais de 250 mil documentos secretos enviados de embaixadas americanas ao redor do mundo a Washington. A maior parte dos dados trata de assuntos diplomáticos – que provocou reação negativa de diversos países e deixou o governo dos Estados Unidos muito envergonhado.

O logotipo do Wikileaks – o planeta Terra vazando – mostra bem que nestes tempos da Internet, nada fica em segredo por muito tempo. Tudo vaza. Bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque a gente fica sabendo de coisas que nunca deveriam ficar em segredo. Ruim porque, cedo ou tarde, os nossos próprios segredos e confidências estarão às vistas de todos. Quem sabe um cumprimento profético daquilo que disse Jesus sobre a falsidade: “Tudo o que está coberto vai ser descoberto, e o que está escondido será conhecido. Assim tudo o que vocês disserem na escuridão será ouvido na luz do dia. E tudo o que disserem em segredo, dentro de um quarto fechado, será anunciado
abertamente” (Lucas 12.2,3).

O teólogo Dietrich Bonhoeffer, que morreu torturado nos campos nazistas, escreveu que nos acostumamos a viver com um duplo engano que permite até viver despreocupadamente. Acreditamos que os nossos erros ficarão para sempre no abismo do esquecimento, e que o oculto nunca será revelado. “Vivemos duas vidas, uma pública e uma escondida”, disse o mártir alemão. No tempo dele não tinha Internet, mas se referia ao engano humano diante do wikileaks divino.

Conta-se que uma viúva teve problemas com o testamento, e foi procurada por um advogado amigo que se ofereceu para cuidar da questão. No entanto, a viúva demorou em buscar auxílio jurídico. Percebendo a gravidade, foi ao encontro do advogado, mas este a recebeu com as seguintes palavras: – Sinto muito, mas agora fui escolhido para ser o juiz desta questão.

Escreve a Bíblia: “Se alguém pecar, temos Jesus Cristo...; ele nos defende diante do Pai” (1 João 2.1). É Advento, tempo para fugir dos nossos enganos e crer na reveladora história do Natal.

Marcos Schmidt - pastor luterano 

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Mensagem de Advento – Pr. Egon

ACOLHENDO E INTEGRANDO - LEMA 2011

Cartaz IELB 2010Nos próximos quatro anos o lema da IELB será a IGREJA COMUNICA VIDA. O destaque do ano 2011 é:ACOLHENDO E INTEGRANDO, este lema começa neste domingo (28/11) com o início do novo Ano da Igreja (Primeiro Domingo de Advento). Abaixo a apresentação do lema 2011.

Acolhendo e integrando (Jesus – o Bom Pastor). O bom pastor dá a vida pelas ovelhas (João 10.11). É a temática para este ano.

Acolhendo e integrando focaliza nossa ação, nossa atividade principal como igreja. A Palavra de Deus, no entanto, focaliza em primeiro lugar a ação de Jesus.

Jesus, o bom pas tor (Jo 10.1-18)

Após discussão com os fariseus (Jo 9.35-41), que não aceitaram Jesus como o Messias, Jesus se apresenta à multidão como o bom pastor.

O termo “pastor” era conhecido entre os judeus, tanto a profissão de pastor como o uso do termo conforme as profecias. Os fariseus no tempo de Jesus interpretaram as profecias conforme seus desejos materiais e esperavam um Messias, o “bom pastor”, como um poderoso guia que levantaria o povo de Israel à sua antiga glória, dando-lhes poder, honra e glória neste mundo.

I - JESUS É O BOM PASTOR. NÃO HÁ SIMILARES.

1. Jesus, o Bom Pastor.

Jesus fala aos judeus que conhecem as profecias do Antigo Testamento. Pelo profeta Ezequiel, Deus disse ao povo: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei (Ez 34.11).

As ovelhas são suas. Porém, Satanás enganou Adão e Eva que caírem em pecado e foram, por isso, expulsos da presença de Deus. O pecado os corrompeu totalmente. Tornaram-se réus da eterna condenação. Toda a raça humana é como um rebanho desgarrado de ovelhas. Elas não conseguem se orientar, nem livrar desta situação de escravos de Satanás, da perdição e da condenação eterna.

Ele é o Bom Pastor, o legítimo. Se ele governa sobre nós, isto é seu direito.

Mas o ser humano não gosta de ser guiado - quer ser seu próprio pastor e guia.

2 - O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.

Jesus veio para salvar. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1.14). O eterno Filho de Deus, saiu de sua glória e tornou-se nosso irmão na carne, a fim de salvar a humanidade (Jo 3.16). Se ali na cruz, tivesse morrido somente um homem, não teríamos salvação. Mas ali morreu o Filho de Deus. E ele mesmo diz com respeito à sua ressurreição: Eu vivo e vós também vivereis (Jo 14.19). Seu reino é espiritual, da verdade. Quem é da verdade ouve a sua voz (Jo 18.37).

3 - As ovelhas ouvem sua voz.

Quem são suas ovelhas? Os fariseus e escribas julgavam-se boas ovelhas do rebanho de Deus. Eram filhos de Abraão e por isso julgavam-se filhos de Deus. Se olharmos em nosso derredor, veremos que os espíritas julgam se filhos de Deus, os islamitas julgam-se filhos de Deus, os judeus julgam-se filhos de Deus, mesmo muitos gentios julgam-se filhos de Deus pelas boas obras que praticam. Mas Jesus indica quem são os verdadeiros filhos de Deus: As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão (Jo 10.27,28).

É pela Palavra que o Espírito Santo chama, ilumina, santifica e congrega. É pela Palavra que ele opera a fé, santifica e congrega, guia, consola e fortalece. Ele acolhe e integra.

Ele chama pelo nome (Jo 10.3). Por ocasião do batismo ele o chamou pelo seu nome pela primeira vez. E você respondeu ao amor de Jesus dizendo: querer segui-lo e ser fiel até o fim.

Jesus diz: Eu as conheço e elas me conhecem. A palavra conhecer, no sentido bíblico, indica íntima comunhão com o Salvador. Fomos acolhidos e integrados em Cristo e sua grande família, a santa igreja cristã, a comunhão dos santos.

Agora temos algo a dizer às pessoas em nosso derredor na alegria e na dor, no trabalho e na recreação, procurando acolher e integrar na família de Deus, a comunhão dos santos. “Aquecendo corações com o Amor de Cristo!”

4. Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco.

Ainda tenho outras ovelhas. Ele salvou a humanidade. Jesus deu a ordem aos discípulos: Ide fazei discípulos de todas as nações (Mt 28.19). Muitos gentios darão ouvidos ao evangelho e crerão, serão enxertados (acolhidos e integrados) na família de Deus, o novo Israel, a santa igreja cristã.

Mas a igreja cresce tão somente pela pregação da palavra de Deus e a administração dos santos sacramentos. A televisão, a cultura, a sociedade como um todo procura corromper, desviar da Palavra, colocando dúvidas para desviar da fé na graça de Cristo.

Por isso importa lembrar sempre de novo: Minhas ovelhas ouvem a minha voz. Mas é preciso lembrar a advertência de Jesus com respeito aos mercenários e lobos que não apascentam corretamente, mas destroem o rebanho. Ali onde se dá ouvidos à voz de Cristo e se permanece fiel à mesma pela fé na graça de Cristo, ali está o rebanho de Cristo que é um só. Invisível aos olhos, mas com claros sinais ou marcas: a pregação da Palavra e a administração dos santos sacramentos conforme instituídos por Cristo.

Ovelhas são animais que não sabem se orientar, não sabem como e onde encontrar a fonte de água e pastagem, nem sabem se defender dos animais predadores. Elas precisam de um guia e protetor. Assim somos nós em relação às coisas espirituais. Jesus é nosso bom pastor que busca a ovelha perdida e a resgata. Ele acolhe e integra no rebanho. Ele guia, ampara, fortalece suas ovelhas. Elas o conhecem, mas não como um simples conhecimento. Ouvir a voz de Jesus é algo profundo. É guardar sua palavra (Mt 28.20), é praticar sua palavra (Mt 7.24), é meditar na lei e no evangelho, para arrependimento e fé.

II – ACOLHENDO E INTEGRANDO – APLICAÇÃO

O que podemos aprender em relação ao tema: Acolhendo e integrando, do ensino de Jesus: Eu sou o Bom Pastor?

1. Deus age. Desde a primeira promessa dada a Adão e Eva, Deus está agindo para salvar pessoas. Tendo Jesus completado a obra da salvação, e afirmado que toda a autoridade lhe foi entregue, ele ordenou a seus discípulos: Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardas todas as coisas que vos tenho ordenado (Mt 28.18-20). Jesus, o bom pastor, age por meio de seus discípulos, de sua igreja, para acolher e integrar. Por meio deles ele acolhe e integra na comunhão dos santos. Tanto no AT como no NT, ser salvo, sempre significa ser acolhido e integrado na comunhão dos santos.

2. O ser acolhido e integrado começa com a ação vertical, a ação do Espírito Santo por Palavra e sacramentos, proclamada pelos salvos, para conduzir ao arrependimento e à fé. A pregação da lei para arrependimento e a pregação do evangelho para fé. Segue o batismo para selar a fé, para perdão dos pecados e para receber o dom do Espírito Santo.

3. A ação pessoal de Deus, por meio de seus discípulos que chama ao arrependimento e à fé, que justifica o pecador e ao mesmo tempo o une consigo e com os irmãos. Uma ação bem pessoal que acolhe e de imediato integra na comunhão dos santos. E então quando ora: Pai Nosso, abraça os irmãos no mundo e é abraçado por todos eles (irmãos da terra e os que estão nos céus) em íntima comunhão espiritual, na família de Deus, a comunhão dos santos.

Cristo liberta e une. Ele liberta cada um pessoalmente e une na nova comunhão dos santos, a verdadeira igreja. A igreja só pode ser corretamente compreendida a partir da justificação do pecador. A existência da igreja inclui ambas as ações, a ação vertical e a ação horizontal, isto é, a comunhão com Cristo pela fé na graça de Cristo e a comunhão com os irmãos pelo amor.

4. Estar simplesmente unido com os irmãos numa congregação, ou seja, ser membros de uma congregação, sem a verdadeira união pela fé na graça de Cristo, não é nada. A nós, no entanto, cabe aceitar como irmãos todos os que confessam sua fé na graça de Cristo, mesmo sendo eles ainda fracos na fé, cheios de fraquezas e pecados. Cumpre-nos acolhê-los, ampará-los e fortalecê-los. Cumpre integrá-los na congregação para que professem fielmente a verdade. Se temos comunhão com o Pai e o Filho, temos também com os irmãos (1 Jo 1.3).

5. Nesta luta pela integração não podemos deixar de alertar contra mercenários e lobos. Mercenários são pastores que, mesmo pregando o evangelho, apascentam-se mais a si mesmos do que o rebanho. Buscam sua vantagem pessoal. Não lutam pelo rebanho. Toleram erros na doutrina e na vida. Cabe-nos alertar, denunciar, combater para integrar as pessoas na igreja da confissão clara e pura do santo evangelho.

6. O estar unido com Cristo e os irmãos nunca é um dever para os fiéis, mas algo que lhes foi dado pela ação salvífica de Cristo, que também opera o testemunhar. Onde Deus opera salvando ali Deus o faz pelo povo de Deus. Deus nos amarrou a Palavra e sacramentos, que queremos pregar e proclamar ao mundo.

Talvez agora você pergunta sobre métodos de como acolher e integrar, como edificar uma congregação e buscar os distanciados, como evangelizar. O amor sempre encontra caminhos de como levar a palavra de Deus aos semelhantes. Importa proclamar (testemunhar) e viver a palavra de Deus e orar insistentemente. Vigiai e orai, sem cessar!

(Extrato do texto da temática do Pastor Horst R. Kuchenbecker que se encontra na íntegra no Preciso Falar 2011 - Colaboração Adilson Derly Schünke – PEM)

terça-feira, dezembro 07, 2010

Amor – O Diferencial do Planeta Terra!

patch_adams Nós não vemos como as coisas simplesmente são, mas como elas podem ser. Este é o princípio de quem trabalha e vive todas as possibilidades humanas.
As palavras de Madre Teresa de Calcutá nos fazem refletir: "Não podemos fazer grandes coisas, apenas pequenas coisas com grande amor".
Não à toa, tenho sempre colocado em minhas palestras que a palavra "atitude"é a mais importante do dicionário da língua portuguesa e a palavra "amor" é a mais importante do mundo.
O amor é a grande revolução do planeta terra, impulsiona mercados, vendas, pessoas, famílias, empresas, produtos, serviços, qualidade e faz o ser humano sentir-se vivo e como uma bússola que o dirige para o seu caminho, o topo.
O valor das pessoas é medido não apenas pela grandeza das coisas que fazem e empreendem mas pela consciência com que as fazem.
Isso nos leva a conclusão simples de que somos muito mais felizes quando damos do que quando recebemos.
O amor e a motivação pela vida andam de mãos dadas. Caminham na mesma direção. Constróem caminhos e pontes. Eliminam incertezas.
A viagem (isto é, o dia-a-dia) passa a ser tão ou mais importante que o destino (isto é, a chegada). Porque quando se chega ao destino, cria-se um novo caminho, quando se atinge a meta, outra tem que ser trabalhada.
Nasce então um novo caminho e o amor funcionará como uma bússola moral formando um círculo virtuoso que constrói o sucesso e a felicidade.
Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!

Gilclér Regina

quinta-feira, dezembro 02, 2010

“A propósito do paralítico que foi levado a Jesus por seus amigos: Ao vivermos em comunidade dentro das igrejas, temos muito leito para carregar. São enfermos do corpo, da alma, das emoções, dos relacionamentos, das finanças e assim por diante. Também pode ser que precisemos ser carregados em alguma situação. O importante é estarmos prontos e dispostos a nos importar com as pessoas ao ponto de carregá-las."

Mário Fernandez